segunda-feira, 30 de março de 2015

A JUSTIÇA E O PODER PÚBLICO DA PARAÍBA A SERVIÇO DO PROTAGONISMO QUILOMBOLA de Luís Zadra

Fotografias de Luís Zadra - AACADE
No dia 27 de março, representantes dos 39 quilombos da Paraíba se reuniram na sede Ministério Público Federal para saber dos órgãos do governo quais os encaminhamentos dados a suas reivindicações. Este evento deu continuidade ao encontro de dezembro 2014 em Jacumã (Conde) que reuniu o Ministério Público e numerosos representantes quilombolas. Também foi precedido pelo encontro com o governador no dia 12 de março 2015.
Este encontro promovido pelo Ministério Público na pessoa do Dr. Godoi e o apoio de AACADE, contou com a presença dos representantes do INCRA, MDA, GERENCIA DA IGUALDADE RACIAL, FUNASA, EMATER, DER, CAIXA ECONOMICA, CEHAP, SUDEMA, SEMAM, SDH que apresentaram aos quilombolas as ações que estão sendo programadas.
Foram enfrentadas as seguintes temáticas: territórios quilombolas, abastecimento de água, melhoramentos das estradas de acesso aos quilombos, habitação para os quilombolas, questão ambiental. Foram quase seis horas de trabalho exaustivo, com esclarecimentos, debates e apresentação de metas a serem implementadas.
A avaliação dos participantes foi muito positiva dando a entender que finalmente o processo de inclusão do povo quilombola pelas políticas públicas agora deveria se firmar dando continuidade a ações que já em parte estavam sendo implementadas.
Estes encontros, junto a muitos outros, se tornam uma escola de cidadania onde os quilombolas se apoderam do conhecimento e criam consciência dos próprios direitos favorecendo o protagonismo dos que sempre foram marginalizados, manipulados.
Foi tocante o depoimento emocionado de Damião, presidente da associação quilombola de Pitombeira (Várzea) que lembrou os trezentos anos de existência do quilombo com sua dureza, problemas e resistência, e que está sendo humilhado pela presença do lixão de Santa Luzia que contamina a saúde das famílias e traz a tona o desprezo pelo povo negro.
Na medida em que o poder jurídico e politico escutam e dialogam com o povo quilombola, as coisas acontecem. Precisa de fato compromisso por parte dos poderes constituídos para que o povo que sempre foi esquecido possa se tornar agente da própria transformação.




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