“O
povo quilombola está vivo!” é o lema da exposição etnofotográfica “Quilombos da Paraíba”. É oportuno lembrar que as
comunidades quilombolas não são um resquício arqueológico do passado; ao
contrário, elas existem, estão vivas e querem continuar a viver no respeito das
suas especificidades, tradições, identidades e nem por isso pretendem renunciar
ao desenvolvimento econômico, social e cultural ao qual têm direito.
Ao
longo de nove anos, em nível nacional, somente 121 das 1826 comunidades
quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares (FCP) conseguiram
reconquistar a posse dos seus territórios. Na Paraíba, esta meta foi alcançada
e concretizada somente pelo quilombo Senhor de Bonfim no município de Areia.
O
quadro atual parece bastante negativo e desconfortante, se pensarmos no número inexpressivo
dos processos concluídos com sucesso. Parece também contraditória a implementação
de programas de políticas sociais do Governo em favor das Comunidades
quilombolas, uma vez que se enfraquece a ação para garantir-lhes a posse da
terra, assim como previa o decreto de 2003. O risco é que as comunidades
quilombolas se tornem objeto de políticas assistencialistas que, embora possam
sanar os problemas emergenciais, não representam a solução definitiva para a
sobrevivência e desenvolvimento das comunidades. Se os órgãos públicos competentes
não agirem com rapidez e determinação no processo de titulação das terras
quilombolas, estas comunidades estarão condenadas à desagregação e extinção. Será
esta a vontade do Governo e da sociedade brasileira?
Lindo muito legal o texto 👏
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