Paquinha desde muitos anos trabalhou em terra alheia, da fazenda vizinha que rodeia o quilombo do Grilo. Nasceu aqui como sua família e seus avos, sempre na sujeição aos donos da terra a quem sempre pedia um corte de terra para plantar, numa dependência que os obrigava a aceitar qualquer condição. Sempre trabalhou na terra desde que seus pais lhe ensinaram o manuseio da enxada. Seu pai morreu de tanto trabalhar na terra, esgotando suas emergias numa lida desigual para dar conta da numerosa família. Nada mudava neste lugar porque lavrador sem terra é pau mandado pelos donos e pela situação, escravizados pela necessidade.Mas a sina mudou quando finalmente os quilombolas do Grilo conseguiram a terra onde os antepassados trabalhavam como empregados. Foram anos de luta e resistência. O governo reconheceu o direito a terra que foi desapropriada e entregue pelo INCRA no março de 2016 aos quilombolas.
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| 16 de março de 2016: imissão de posse da terra do quilombo Grilo |
por Luís Zadra


























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