quinta-feira, 21 de março de 2013

Informações sobre a comunidade quilombola de Ipiranga


Localização: Conde/PB 
Distancia de João Pessoa: 22 km 
Certidão Fundação Cultural Palmares: 12/05/2006
RTID: concluído (fevereiro 2013)
Número de famílias: 50


Localização do quilombo Ipiranga - Município de Conde

Publicações sobre Ipiranga (arquivos em PDF)

Informações sobre a comunidade quilombola de Gurugi


Localização: Conde/PB 
Distancia de João Pessoa: 22 km 
Certidão Fundação Cultural Palmares: 28/07/2006
RTID: em andamento
Número de famílias: 253


Localização do quilombo Gurugi - Município de Conde

Publicações sobre Gurugi (arquivos em PDF)



MONTEIRO, Karoline dos Santos; GARCÍA, MaríaFranco. A ação do estado nas políticaspúblicas para os territórios “remanescentes” de quilombos: propriedade da terrae questão de gênero nas comunidades quilombolas da Zona da Mata Paraibana.CEGeT - Centro de Estudos de Geografia do Trabalho. Universidade EstadualPaulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP, Presidente Prudente – SP, 2010

MONTEIRO, Karoline dos Santos; GARCÍA, María Franco. Da luta pela libertação da força de trabalho à resistência dosterritórios quilombolas no Brasil: a comunidade negra de GURUGI, Paraíba.XI Jornada do Trabalho, 12 a 15 de outubro de 2010, UFPB, João Pessoa


MONTEIRO, Karoline dos Santos; GARCÍA, María Franco. Dos territórios de reforma agrária a territorialização quilombola: ocaso da Comunidade Negra de Gurugi, Paraíba. Revista Pegada – vol. 11 n.2148 dezembro/2010


MONTEIRO, Karoline dos Santos; GARCÍA, María Franco. Propriedade da terra e território quilombola: uma reflexão a partircomunidade negra de Gurugi, Paraíba. 2010


MONTEIRO, Karoline dos Santos; GARCÍA, María Franco. Tradição e resistência dos territórios “remanescentes” de quilombos: aComunidade Negra de Gurugi, Paraíba. ENG, Porto Alegre 2010


MONTEIRO, Karoline dos Santos; GARCÍA, María Franco. Propriedade da terra, trabalho e territòrio: o processo de destruição ereinvenção dos territórios do Povo Negro na Comunidade de Gurugi, Paraíba. OKARA:Geografia em debate, v.6, n.1, p. 69-98, 2012

Informações sobre a comunidade quilombola do Grilo


Localização: Riachão do Bacamarte/PB 
Distancia de João Pessoa: 97 km 
Certidão Fundação Cultural Palmares: 12/05/2006

RTID (Relatório Técnico de Identificação e Delimitaçãopublicado no DOU (Diário Oficial da União): 25 e 28/03/2001
Portaria publicada no DOU: 05/02/2013
Número de famílias: 71


Localização do quilombo Grilo - Município de Riachão do Bacamarte

Publicações sobre o quilombo Grilo (arquivos em PDF)

AMARAL, Elane Cristina do. A festa vai começar: narrativas das cireandas na ComunidadeRemanescente de Quilombo Grilo-PB. XXVI Simpósio Nacional de História.ANPUH: 50 anos Universidade de São Paulo (USP). São Paulo, 2011

AMARAL, Elane Cristina do.Subindo a serra, descendo a história: memória eidentidade cultural na Comunidade Remanescente de Quilombo Grilo-PB(1930-2010). Dissertação - UFCG, Campina Grande - PB, 2011


ARAUJO, Eulália Bezerra; Batista Mércia Rejane Rangel. Quilombos na Paraíba: notas sobre a emergência de uma comunidade quilombola. Ariús, Campina Grande, v. 14, n. 1/2, p. 61–75, jan./dez. 2008


BERTANHA, Wânia de Fátima Faraoni. Plantas medicinais e saúde bucal: umaabordagem etnobotânica em comunidades quilombolas do agreste paraibano.Dissertação UEPB, Campina Grande 2011

CABRAL, Williams Lima Cabral; REIS, Maria ReginaAlves dos; SOUSA, Maria Lindaci Gomes. Comunidaderemanescente quilombola do Grilo: “identidades e políticas sociais”


MARACAJÁ, Maria Salomé Lopes. Territorialidade e cultura: relatos sobre otrabalho de campo na comunidade quilombola do Grilo, PB. XXI Encontro deGeografia Agrária. UFU, Uberlândia, 15 a 19 de outubro de 2012


MARTINS, Leandro de Souza. A utilização da fitoterapia em três comunidades quilombolas damesorregião do Agreste da Paraíba. Monografia UEPB, Campina Grande 2010


SILVA, Alcione Ferreira da Silva; LISBOA, Magnoda Nóbrega. Consideraçõesteórico-metodológicas acerca do poder feminino nas Comunidades quilombolas: umolhar sobre a liderança feminina da Comunidade do Grilo-PB. Campina Grande,REALIZE Editora, 2012


SOUZA, Francinilda Rufini de; SOUZA MariaLindaci Gomes de. A arte da benzenção eda cura na memória e identidade das mulheres das Comunidades Quilombolas deCaiana dos Crioulos e do Grilo. III Seminário Nacional gênero e PráticasCulturais: olhares diversos sobre a diferença. UFPB, João Pessoa, 2011

Informações sobre a comunidade quilombola de Fonseca


Localização: Manaíra/PB 
Distancia de João Pessoa: 480 km 
Certidão Fundação Cultural Palmares: 19/11/2009
RTID: concluído (fevereiro 2012)
Número de famílias: 30

Localização do quilombo Fonseca - Município de Manaíra

Informações sobre a comunidade quilombola de Domingos Ferreira


Localização: Tavares/PB 
Distancia de João Pessoa: 392 km 
Certidão Fundação Cultural Palmares: 04/08/2008
RTID: processo aberto no INCRA em 2011
Número de famílias: 38

Localização do quilombo Domingos Ferreira - Município de Tavares


Informações sobre a comunidade quilombola de Curralinho/Jatobá


Localização: Catolé do Rocha/PB 
Distancia de João Pessoa: 425 km 
Certidão Fundação Cultural Palmares: 13/12/2006
RTID: processo aberto no INCRA em 2009
Número de famílias: 50 


Localização do quilombo Curralinho/Jatobá - Município de Catolé do Rocha

Informações sobre a comunidade quilombola de Cruz da Menina

Localização: Dona Inês/PB 
Distancia de João Pessoa: 140 km 

Localização do quilombo Aracati/Chã
Certidão Fundação Cultural Palmares: 10/04/2008
RTID: processo aberto no INCRA em 2011
Número de famílias: 50 

quarta-feira, 20 de março de 2013

Informações sobre a comunidade quilombola Caiana dos Crioulos

Localização: Município de Alagoa Grande/PB 
Distancia de João Pessoa: 117 km 
Certidão Fundação Cultural Palmares: 08/06/2005 
RTID: em fase de delimitação
Número de famílias: 140 


Localização do quilombo Caiana dos Crioulos - Município de Alagoa Grande

Publicações sobre Caiana dos Crioulos 

DOWLING, Gabriela Buonfiglio; MELO, Sara. O coco de roda no quilombo. Performance, tradiçãoe oralidade em Caiana dos Crioulos (Paraíba-Brasil). Em Amerika Mémoires,Identités, territoire. 6/2012. 

FIALHO, Vânia. «Caiana dos Crioulos: visitando um quilombo do brejo paraibano».Observatório Quilombola. n. 15.

LUIZ, Janailson Macêdo, SOUZA Maria LindaciGomes de. Caiana, coco e ciranda: ascirandeiras de Caiana dos Crioulos e a arte de (re) inventar as tradições e ocotidiano. I Seminário Nacional de Gênero e Prática Culturais: desafiosHistóricos e saberes interdisciplinares, UFPB, UEPB, 2007

MELO, Josemir Camilo de. Cultura, memoria coletiva e identidade étnica na cirandade Caiana dos Crioulos (Alagoa Grande-PB). X encontro dehistória oral. Recife 2010

MOREIRA, Alecsandra Pereira da Costa. A Luta pela terra e a construção do território Remanescente de Quilombo de Caiana dos Crioulos, Alagoa Grande – PB. Dissertação UFPB, João Pessoa, 2009 - parte 1 

MOREIRA, Alecsandra Pereira da Costa. A Luta pela terra e a construção do território Remanescente de Quilombo de Caiana dos Crioulos, Alagoa Grande – PB. Dissertação UFPB, João Pessoa, 2009 - parte 2 

QUEIROZ, Pedro Fernandes de. O que o campo ensina além dos dados etnográficos: uma viagem a Caiana dos crioulos um espelho para a vida. Revista Homem, Espaço e Tempo Outubro/2010.

SILVA, Icléia. C. H. ; SOUZA, Marize C.; SOUZA, Maria B. dos S. Estudo sobre agricultura de subsistência da comunidade de Caiana dos Crioulos. CADERNOS TEMÁTICOS Nº 14 FEV. 2007. 

SILVA, José Antônio Novaes. Condições sanitárias e de saúde em Caiana dos Crioulos, uma comunidadeQuilombola do Estado da Paraíba. Saude soc. vol.16 no.2 São Paulo May/Aug.2007.

SILVA, Sara Divina Melo da; DOWLING, Gabriela Buonfiglio.O universo feminino retratado nos cocos de roda,em três comunidades quilombolas no Estado da Paraíba. Fazendo Gênero 9 -Diásporas, Diversidades, Deslocamentos. Florianópolis, 2009.

SOUZA, Francinilda Rufini de; SOUZA Maria Lindaci Gomes de. A arte da benzenção eda cura na memória e identidade das mulheres das Comunidades Quilombolas deCaiana dos Crioulos e do Grilo. III Seminário Nacional gênero e PráticasCulturais: olhares diversos sobre a diferença. UFPB, João Pessoa, 2011.

TESSAROTTO, Marco Antônio de Oliveira. Rádiodifusão comunitária e inclusão dossegmentos quilombolas na Paraíba: referências e análises sobre a fala ideal.Dissertação UFPB. João Pessoa, 2009. 

TRAVASSOS, Lorena; CARVALHO, Nadja. Serena, Serená: Um Documentário sobre a Memóriada Cultura Paraibana. CAOS - Revista Eletrônica de Ciências Sociais, UFPB,João Pessoa, número 11 – outubro de 2006. pág. 25-41

ZADRA, Luiz. Florteimosa. In: Sem Fronteiras, N° 248 - Fev/Mar 1997 - pág. 18.

Informações sobre a comunidade quilombola de Vaca Morta


Localização: Município de Diamante/PB
Distancia de João Pessoa: 440 km 
Certidão Fundação Cultural Palmares: 24/03/2010
RTID: concluído (março 2013)
Número de famílias: 48

Localização do quilombo Vaca Morta - Município de Diamante

Informações sobre a comunidade quilombola de Barra de Oitis


Localização: Município de Diamante/PB
Distancia de João Pessoa: 435 km 
Certidão Fundação Cultural Palmares: 19/11/2009
RTID: Relatório antropológico em andamento no INCRA
Número de famílias: 150


Localização do quilombo Barra de Oitis - Município de Diamante

Informações sobre a comunidade quilombola de Vila Teimosa


Localização: Município de Livramento/PB
Distancia de João Pessoa: 268 km 
Certidão Fundação Cultural Palmares: 09/12/2008
Número de famílias: 15 (estimado)

Localização do quilombo Vila Teimosa - Município de Livramento

Informações sobre a comunidade quilombola de Sussuarana

Localização: Município de Livramento/PB
Distancia de João Pessoa: 268 km 
Certidão Fundação Cultural Palmares: 09/12/2008
Número de famílias: 25 (estimado)


Localização do Quilombo Sussuarana

Informações sobre a comunidade quilombola de Areia de Verão

Localização: Município de Livramento/PB
Distancia de João Pessoa: 268 km 

Localização do quilombo Aracati/Chã
Certidão Fundação Cultural Palmares: 09/12/2008
Número de famílias: 10 (estimado)

Informações sobre a comunidade quilombola de Aracati/Chã Iº e IIº

Localização: Município de Cacimbas/PB
Distancia de João Pessoa: 295 km 

Localização do quilombo Aracati/Chã
Certidão Fundação Cultural Palmares: 21-10-2013

Número de famílias: 30 (estimado)

Informações sobre a comunidade quilombola de Contendas


Localização: São Bento/PB 
Distancia de João Pessoa: 412 km 
Certidão Fundação Cultural Palmares: 07/06/2006 
RTID: em andamento
Número de famílias: 38

Localização do quilombo Contendas - Município de São Bento

segunda-feira, 11 de março de 2013

Vida quilombola - Quilombos em festa no MAC

Dom José na ciranda do Grilo
Um acontecimento muito importante para as comunidades quilombolas foi a exposição fotográfica “Quilombos da Paraíba” do Fotografo Alberto Banal e dos seus 52 alunos quilombolas do projeto Fotógrafos de Rua na Estação Cabo Branco Ciências Cultura & Artes de João Pessoa no mês de maio de 2012. Esta exposição foi um marco muito importante porque muita gente foi ver e essa grande quantidade de pessoas, professores, estudantes, autoridades e povo em geral, pouco sabia acerca das comunidades, do seu modo de vida, da realidade de hoje e dos desafios para o futuro, como foi mostrado no vídeo. Estas pessoas, então, passaram a ter um novo olhar e muitas foram as que demonstraram simpatia, interesse e solidariedade a estas comunidades, acessando as informações pela internet, se comunicando com a AACADE e com Alberto Banal. Vários professores de escolas públicas solicitaram material para trabalhar com seus alunos. O projeto teve como entidades promotoras a Associação de Apoio às Comunidades Afrodescendentes - AACADE, a Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas da Paraíba – CECNEQ e a realização foi de Casas de Leitura e Fotógrafos de rua, com a curadoria de Lucia França. A mesma exposição fotográfica Quilombos da Paraíba aconteceu no MAC Museu Assis de Chateaubriand de Campina Grande, a partir do dia 30 de outubro até o 30 de novembro de 2012. Neste contesto, no dia 20 de novembro, foi organizado um grande encontro de 10 comunidades com a participação do Arcebispo emérito da Paraíba, dom José Maria Pires, que com orgulho lembrou as suas origens negras e fez questão de partilhar a alegria com o povo quilombola. Sem dúvida a figura de Dom José é ponto de referencias para os quilombolas porque testemunha a resistência do povo negro em afirmar sua vontade de viver e alcançar seus direitos.

Vida quilombola - Projetos de renda

Quilombo Cruz da Menina
A comunidade quilombola do Matias (Serra Redonda), participando dos encontros do Território da Cidadania, colocou a necessidade de ter um local adequado para a produção de bolos que fornece para órgãos sociais, através do programa de compras do governo federal (PAA). Sua proposta foi aprovada e está para iniciar a construção na comunidade de uma Mini-Indústria de Produtos Alimentícios, financiada pelo COOPERAR.

A comunidade quilombola do Bonfim há dois anos fornece frango caipira para alimentação de famílias carentes no município de Areia. O governo federal compra esta produção através da CONAB. Para melhorar a atividade e incentivar os agricultores desta comunidade quilombola, o COOPERAR está financiando a construção de aviários e um abatedouro. O dinheiro já está na conta da Associação e só falta a licitação para escolher a empresa que vai fornecer o material os equipamentos. A própria comunidade vai construir. Também no Bonfim está sendo elaborado o projeto 2013 (PAA) para doação de alimentos a famílias carentes do município de Areia. O projeto assegura renda de um a dois salários por mês para as 35 famílias da comunidade. No Bonfim está em andamento um projeto pela Secretaria de Desenvolvimento do Estado (SEDH), para melhorar a cozinha comunitária e desta forma as mulheres voltarem a fazer bolos e doces que são comprados pelo Governo Federal para doação as famílias carentes. A gente vê que muita coisa está acontecendo no Bonfim e tudo isso porque os quilombolas têm seu território para trabalhar. Isto demostra que uma comunidade quilombola sem território dificilmente vai ter desenvolvimento.

As Comunidades Quilombolas do Matão e Matias vão ter também um projeto de Avicultura, através da Secretaria de Desenvolvimento do Estado (SEDH). O projeto vai beneficiar 15 famílias, que trabalharão em grupos.

Vida quilombola - O dia da consciência negra

Festa em Pedra d'Água
Várias comunidades quilombolas celebraram em datas diferentes o dia da consciência negra. Matias, Matão, Pedra D´Água, Caiana dos Crioulos, Catolé do Rocha, Mituaçú e outras. Nestes anos, inicialmente com muito receio, os quilombolas sentiram a necessidade de celebrar esta data, para manifestar a alegria de ter alcançado a consciência de sua realidade e de sua história. Devagar as comunidades tomam consciência do seu passado, da sua situação, do seu valor, do potencial de organização para enfrentar seus problemas e celebrar suas vitórias. A celebração deste dia que é fruto de muitos anos de caminhada, consegue manifestar a percepção do valor de ser negro, a afirmação de seus direitos como de sua dignidade. Foi bonito saber e as vezes ver por termos participado em datas diferentes a estes eventos, a mudança que está acontecendo. Nestas ocasiões vários quilombos se encontram, para fazer festa junto à comunidade anfitriã como aconteceu em Matão e Pedra D´Água. É musica, dança, partilha dos anseios, dos problemas e da comida preparada por todos. É um momento de agregação muito forte que da sentido e gosto a vida do quilombo. É muito movimento, meninos por toda parte, abraços, alegria que se manifesta nos rostos que brilha. Foi muito chão para se chegar a este momento, muitos recomeços, muita superação de um passado de silencio e de amargura. Foi um trabalho lento, teimoso, mas a festa quer afirmar que estão chegando, os quilombolas querem seu lugar. AACADE é e se sente parte desta história. A luta pela conquista do território, o acesso as politicas públicas para quilombolas, as reuniões para melhorar as escolas, as vezes recorrendo ao ministério público pela ausência do poder público, encontros de mulheres, jovens e muitas outras iniciativas: tudo ajudou e ajuda a movimentar as comunidades. A festa onde eles são protagonistas é sinal de vitória, de crescimento, de afirmação, de orgulho por ser quilombola. É uma bonita surpresa, como quando num chão duro e difícil brotam flores e frutos. Os lugares que foram desprezados e ignorados agora ficam conhecidos e os quilombolas tem prazer em dizer o nome do lugar de sua origem. A consciência de ser negro, do ser negro se manifesta em todas as sua dimensões. O povo acredita num futuro diferente, os jovens procuram estudar e ao mesmo tempo tem um grande amor ao seu torrão porque o quilombo é o lugar da identidade, da história redescoberta e recontada.
Festa no Matão

Vida quilombola - ATÉ QUE ENFIM!

Os quilombos do Matão e do Grilo tem seus territórios reconhecidos pelo INCRA. Foram publicadas no Diário Oficial da União em Brasília as portarias N° 54 e 55 de 4 de fevereiro de 2013 que reconhecem e declaram como terras das Comunidades Remanescentes de Quilombo os territórios do Grilo situado no Município de Riachão do Bacamarte (área de 138,8964 hectares) e do Matão situado no Município de Mogeiro (área de 214,0022 hectares). 
Quilombo Matão
Quilombo Grilo
Demoraram demais na mesa da presidente do INCRA em Brasília para serem assinadas estas portarias deixando todo mundo preocupado, mas a esperança do povo foi premiada. Agora só falta a presidenta Dilma assinar o decreto de desapropriação. Estamos mais perto da meta almejada. Os quilombolas do Matão e do Grilo finalmente terão seus territórios de volta. Foi um trabalho de mutirão que viu envolvidos AACADE, CECNEQ e o INCRA nas pessoas das antropólogas Ester e Fernanda como os antropólogos, Rodrigo Grünewald e Mércia Batista, que realizaram o trabalho nas comunidades. 
O quilombo Paratibe (João Pessoa) também teve seu território reconhecido em 2012 como o quilombo Pedra D´água (Ingá) em 2012 (132 hectares). Anteriormente em 2011 foi publicada a portaria da Comunidade Urbana do Talhado. O quilombo Bonfim (Areia), o primeiro na Paraíba, é dono de suas terras por terem sido desapropriadas em 2010 (122 hectares), faltando só a titulação da terra. 
Quilombos de Paratibe 
Quilombo Urbano Serra do Talhado
Quilombo Senhor de Bonfim
Para os membros de AACADE que ha anos trabalham junto aos quilombolas é uma questão de honra que os quilombos alcancem o direito a terra resgatando os territórios que foram dos seus ancestrais. Muitos quilombolas se envolveram diretamente para se chegar ao reconhecimento destes territórios. Foram muitos encontros, as vezes desencontros nas comunidades. Medo de conflito, de violência, desconfianças, não compreensão do que estava acontecendo se misturaram ao anseio do resgate do território. Muitas pessoas vizinhas das comunidades, assim como muitos quilombolas, achavam que não daria certo que o povo que tanto trabalhou para sustentar fazendeiros e suas famílias, pudesse um dia ser dono das terras onde os antepassados derramaram suor e muitas vezes sangue. A luta dos quilombolas pela terra não é luta por um pedaço de chão qualquer, mas para recuperar os territórios onde os antepassados trabalharam e onde fica o quilombo. Quilombo e território quilombola estão juntos. Alcançar a posse da terra não é um premio ou uma dádiva do governo, mas reconhecimento de uma dívida social do Brasil para com os negros que foram privados de suas terras. É o mínimo que o governo faz para indenizar os quilombolas que construíram o Brasil. 
Outras comunidades estão em processo para que se chegue a este direito. Estão em andamento os laudos antropológicos de mais nove (9) comunidades quilombolas. Isto significa que dos 28 processos abertos na Paraíba um foi praticamente concluído (Bonfim), cinco chegaram a etapa da publicação da portaria do INCRA (Serra do Talhado Urbano, Pedra d'Água, Paratibe, Grilo e Matão) e 9 estão na etapa da elaboração do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID): Ipiranga e Gurugi (Conde), Mundo Novo (Areia), Negros das Barreiras (Coremas), Pitombeira (Várzea), Contendas (São Bento), Vaca Morta e Barra de Oitis (Diamante), Fonseca (Manaíra). 
A Paraíba chegou tarde à identificação e reconhecimento dos seus 38 quilombos, mas chegou com força para superar as etapas sucessivas e está passando na frente de outros estados. 
Os passos para se chegar a posse da terra são muitos e demorados. Tudo começa com o certificado da Fundação Palmares que reconhece o quilombo como legítimo. Tem o lado burocrático que é preciso seguir mas ao mesmo tempo tem um caminho de consciêntização onde os quilombolas reencontram seu passado doloroso de negação dos direitos elementares. A consciência é capaz de gerar coragem, posturas novas e ações. Os agentes esternos, os amigos de fora são importantes na medida em que ajudam o povo a encontrar seu passado. Afinal, ter bons e verdadeiros amigos faz a diferença numa realidade onde todo mundo se aproveita das pessoas humildes. Parabéns ao povo quilombola!
Quilombo Vaca Morta
Quilombo Pitombeira
Quilombo Mundo Novo
Quilombo Ipiranga
Quilombo Gurugi
Quilombo Fonseca
Quilombo Contendas
Quilombo Negros das Barreiras
Quilombo Barra de Oitis

Vida quilombola - PARA UMA VIDA MELHOR: CONQUISTAS DAS COMUNIDADES

Os representantes das comunidades quilombolas, os membros da CECNEQ (Coordenação Estadual das comunidades quilombolas) e as pessoas da AACADE há anos que vêm lutando para conseguir melhorias para a população quilombola. Já foram em tudo que é órgão público, participaram de inúmeras reuniões, de muitas audiências, já falaram com ministros, governador do estado e prefeitos. E é assim que tem que ser. Com muita luta, sem desanimar por causa da burocracia e das falsas promessas, alguns benefícios estão chegando às comunidades. 

1. Com o apoio da AACADE, o COOPERAR conheceu a difícil situação da água no quilombo Cruz da Menina e liberou financiamento para a Construção de 54 CISTERNAS, que estão sendo construídas com a participação de um grupo de mulheres e homens da própria comunidade que foram capacitados para isto. 

2. Da mesma forma, começou a construção de 40 cisternas no Quilombo Grilo. 

3. Tambem no quilombo Pedra D´Água estão sendo construídas 40 cisternas. 

4. No quilombo Serra Feia (município de Cacimbas) já está funcionando o centro comunitário para se reunir e fazer cursos, palestras, confraternizações. O Centro de Atividades Múltiplas foi construído pelo COOPERAR. 

5. A comunidade quilombola de Mituaçu, com o apoio da AACADE, está alcançando grandes vitórias para os seus jovens: primeiro, conseguiu um Centro de Inclusão Digital, com a construção do prédio e instalação completa de tudo o necessário para o funcionamento de uma sala de informática, com 16 computadores e conexão com a internet. Conseguiu também a instalação de uma radio comunitária, fm 87,9, que entrou em funcionamento no mês de setembro. Os recursos vieram do Ministério das Telecomunicações e do Ministério do Desenvolvimento Agrário. 

6. Proximamente terá início a construção pela prefeitura de João Pessoa do Centro Cultural Quilombola na Comunidade de Paratibe. Este Centro foi aprovado em encontro do Território da Cidadania em 2008. O Centro contará com todos os equipamentos necessários para atividades de teatro, música e dança, sendo inicialmente beneficiadas as quatro comunidades quilombolas do litoral. O projeto foi elaborado pela equipe da AACADE, a partir das idéias de grupos de jovens do Gurugi e Ipiranga. 

7. A AACADE está ministrando cursos de fotografia para 50 jovens e adolescentes das comunidades Pedra D'Água, Grilo e Matão. O projeto, que tem o nome Fotógrafos de Rua, tem como idealizador e instrutor e o fotógrafo Alberto Banal e visa ajudar jovens e adolescentes a aprender uma profissão além de desenvolver um olhar diferente frente a sua realidade, formando uma nova consciência de si mesmos, através da análise e reflexão sobre as imagens tiradas na comunidade onde moram. 

8. O quilombo Mundo Novo (município de Areia) está construindo o centro comunitário com o apoio de AACADE. 

9. Está prestes a terminar a construção da sede da Associação da Comunidade Quilombola de Serra do Abreu no município de Picuí. O Centro está sendo construído graças ao esforço da própria comunidade, que está realizando bingos e festas para arrecadar recursos.

Vida quilombola - CENSO DA POPULAÇÃO QUILOMBOLA DA PARAÍBA

Durante o mês de agosto de 2012 todas as 38 comunidades quilombolas foram visitadas pela equipe da AACADE. Durante esta visita foi aplicado um questionário para saber a situação geral da comunidade. Esta foi a primeira ação do Censo que está sendo promovido pelo COOPERAR e realizado pela AACADE, e que teve inicio no mês de outubro.  Sem informação fica mais difícil as políticas públicas chegarem às comunidades. Algumas que estão acontecendo é graças ao contato dos órgãos públicos com a AACADE e CECNEQ. Ha perspectivas de mudanças em 2013: a parceria entre COOPERAR, AACADE e CECNEQ disponibilizará para o governo e as prefeituras do estado da Paraíba um Banco de Dados completo sobre a situação e as necessidades das 38 comunidades quilombolas e das quase 3.000 famílias que nelas vivem.

Vida quilombola - Parceria AACADE-CESE

Importante trabalho está sendo realizado pela equipe da AACADE em quatro comunidades quilombolas: Matão, Matias, Bonfim e Cruz da Menina. Este trabalho está sendo financiado pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço CESE, entidade com sede no Estado da Bahia que apóia o desenvolvimento das comunidades. As ações que estão acontecendo são esclarecimentos sobre os direitos e as políticas públicas para as comunidades quilombolas; a participação do cidadão quilombola na sociedade em que vivemos; a situação da mulher e do jovem e o acompanhamento às atividades de produção existentes nas comunidades. A AACADE gostaria de fazer este trabalho em todas as comunidades, mas o recurso deste projeto não dava e as quatro que foram escolhidas precisam de mais acompanhamento porque nelas estão sendo implantados projetos de geração de renda através do COOPERAR e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano (SEDH).

Vida quilombola

Este pequeno jornal surgiu da necessidade de informar as 38 comunidades quilombolas da Paraíba sobre o que está acontecendo no nosso Estado, para sabermos das suas conquistas e dificuldades e assim nos unirmos mais e fortalecermos nossa organização para conseguirmos vida melhor para todos.
PARCERIA AACADE (ASSOCIAÇÃO DE APOIO AS COMUNIDADES AFRODESCENDENTES) E CESE (COORDENADORIA ECUMÊNICA DE SERVIÇO)