sexta-feira, 1 de junho de 2012

O POVO QUILOMBOLA ESTÁ VIVO de José Maximino da Silva

As comunidades quilombolas são grupos étnicos – predominantemente constituídos pela população negra rural ou urbana, que se definem a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias. Estima-se que no Brasil existam aproximadamente mais de três mil comunidades quilombolas.É a própria comunidade que se auto define “remanescente de quilombo”. O amparo legal é dado pela Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho, cujas determinações foram incorporadas à legislação brasileira pelo Decreto Legislativo 143/2002 e Decreto nº 5.051/2004.Cabe à Fundação Cultural Palmares emitir uma certidão sobre essa auto definição. O órgão já certificou 1.826 comunidades quilombolas. O processo para essa certificação obedece à norma específica desse órgão (Portaria da Fundação Cultural Palmares nº 98, de 26/11/2007).O Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o artigo 68, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. A partir do Decreto 4887/03 ficou transferida do Ministério da Cultura para o Ministério do Desenvolvimento Agrário/INCRA a competência para a delimitação das terras dos remanescentes das comunidades dos quilombos, bem como a determinação de suas demarcações e titulações.Diante de todo esse contexto, o projeto Fotógrafos de rua, através do coordenador Alberto Banal e os jovens da comunidade quilombola do Matão e demais comunidades, lançam mais uma exposição etnofotográfica “Quilombos da Paraíba”. Sendo oportuno lembrar que as comunidades quilombolas não são um resquício arqueológico do passado; ao contrário, elas existem, são vivas e querem continuar a viver no respeito das suas especificidades, tradições, identidades e nem por isso pretendem renunciar ao desenvolvimento econômico, social e cultural ao qual têm direito.Por esta ocasião, no último dia 27 de maio de 2012, a Escola Municipal de Ensino Fundamental José Rufino dos Santos, localizada na comunidade quilombola do Sítio Matão, município de Gurinhém, esteve prestigiando a exposição junto com os seus alunos. Aproveitando o ensejo alguns pais de alunos acompanharam seus filhos com intuito também de conhecer a exposição. Nesse instante fomos recepcionados pelo coordenador da exposição, Alberto Banal, que nos mostrou a exposição, explicando paulatinamente, como a mesma foi construída, como estava dividida, motivando-os como protagonista de todo esse processo, e autores de sua própria história.










Na ocasião também assistimos um vídeo contando a história do movimento quilombola, mostrando imagens de todas às comunidades quilombolas do estado, retratando suas lutas, anseios, conquistas, como se deu todo o processo de resistência, sua condição econômica, social, cultural, educacional, saúde, religião e os entraves da conquista de seus territórios.
Estiveram presentes na exposição além do corpo discente da escola e dos pais dos alunos, o corpo docente da mesma, no momento representado por Jacqueline Félix (turma do 2º e 3º ano), Mônica Moreira (turma do 4º e 5º ano), e Jailson Alves (turma do 4º e 5º da sala de aula anexo – Manipeba), além do pessoal de apoio, Severina Maria e Cicera Rufino e do diretor escolar José Maximino da Silva.




 No momento além de aproveitar toda a exposição, os alunos também percorreram o caminho do conhecimento e participaram de vários experimentos, onde os mesmo aprenderam brincando com a ajuda dos monitores da Estação Cabo Branco - Ciência, Cultura & Artes. Dava para perceber no sorriso de cada um a satisfação e alegria de estarem vivenciando esse momento, pois muitos dos mesmos estavam visitando a capital do estado pela primeira vez.
A mesma emoção podia ser contemplada também nos rostos dos pais que ali estavam, pois a sensação também era semelhante para eles, e estarem se vendo na exposição foi algo que emocionou muito deles. 





















No retorno levamos os alunos até a praia de Cabo Branco, onde muitos deles puderam conhecer o mar pela primeira vez, como também alguns pais. Além da empolgação e euforia muitos aproveitaram esse momento para tomar banho, correr pela areia. Foi um momento muito emocionante para todos os presentes.

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