sexta-feira, 11 de setembro de 2020

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O território quilombola


Venho aqui hoje fazer um agradecimento especial, primeiramente a Caiana dos Crioulos, a toda comunidade, a todos os sócios que ontem participaram de um encontro seguindo todos os protocolos de segurança devido a pandemia, um encontro que estava suspenso há quase cinco meses devido a estes momentos difíceis que estamos vivendo; então estou aqui para agradecer a participação de todos vocês nesse encontro porque ontem nos fizemos um momento especial para a nossa comunidade. 

Finalmente o território conquistado está nas mãos da comunidade Caiana dos Crioulos e ontem foi um momento de esclarecimento para todos aqueles que ainda não conheciam o que é um território quilombola, o que agora poderemos fazer com este território, transformar este território em instrumento de um desenvolvimento coletivo, de um desenvolvimento de sustentabilidade. 

Então gostaria aqui de agradecer a todos que participaram, a todos que contribuíram para que o momento acontecesse da forma mais segura possível; agradecer especialmente a AACADE, na persona de Francimar porque veio aqui, como sempre tem feito, acompanhando todas as lutas de todas as comunidades quilombolas da Paraíba; nosso muito obrigado, Francimar, pelo esclarecimento, pelas dúvidas que você tirou das pessoas que estavam presentes. 

Venho aqui dizer a vocês que vamos agendar um momento para fazer uma audiência pública com a população de Alagoa Grande para que todos tenham conhecimento dessa conquista do território quilombola, o que é um território quilombola para Alagoa Grande, para Caiana dos Crioulos. Deixo aqui o nosso abraço, deixo aqui o nosso agradecimento em nome da Dir eção da Associação de Caiana dos Crioulos. Um abraço a todos vocês.

Edinalva Rita do Nascimento - presidenta Associação quilombola de Caiana dos Crioulos

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

37 anos do martírio de Margarida Maria Alves por Luís Zadra

 Hoje celebramos 37 anos do martírio de Margarida Maria Alves, assasinada a mando do latifúndio violento, por um pistoleiro na frente de sua casa em Alagoa Grande, Paraíba. Na madrugada de 9 de março de 98 ocupamos uma parte da usina Tanques símbolo do latifúndio e lugar da luta de Margarida. Ela foi a figura que nos inspirou, foi motivados por ela que criamos coragem para entrar na terra depois de muitas reuniões com grupos de lavradores sem terra. Daquela luta surgiram 8 assentamento com mais ou menos 300 famílias. Chamávamos Margarida “a nossa santinha”. 

Participei em primeira pessoa desta luta e quisemos tirar o véu de silêncio que tinha encoberto sua memória. O povo tinha medo de falar de Margarida, na sua terra. Os grandes proprietários criaram terror. Eu estava no interior do Maranhão no tempo de seu martírio, metido também na luta pela terra, e o testemunho desta Paraíbana destemida me motivou ainda mais. Destino quis que minha nova missão fosse justamente nestas bandas da Paraíba, metido na luta pelos direitos dos quilombolas. 

Foi a partir do seu testemunho que junto a um grupo de lideranças enfrentamos a luta pela terra, e fizemos isto também como forma de resgatar sua memória. Foi feita justiça e sua casa virou museu da memória. Na parede que olha para a rua, para todo mundo ver, tem uma placa preta muito grande onde está escrito” aqui foi assasinada Margarida Maria Alves”. 

Diz o canto que sempre fazia parte das celebrações;” quero entoar um canto novo de alegria ao raiar daquele dia...lutar não foi em vão”. O resgate da memória e do legado de Margarida muito ajudou para mudar o pensamento do povo de Alagoa Grande. Posso dizer, eu estava lá, mas não sozinho. Lutamos juntos, tendo na nossa jornada Margarida Maria Alves

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Caiana dos Crioulos completa a reconquista do seu território

Hoje, 29 de julho, é dia de celebração! 
A Comunidade Quilombola Caiana dos Crioulos, em Alagoa Grande, recebeu o título de posse de todo o seu território – totalizando uma área de mais de 646 hectares. A comunidade lutava há 20 anos pela posse da terra como área remanescente de quilombo.
Em fevereiro deste ano, as 130 famílias de Caiana dos Crioulos, comemoraram a primeira etapa da conquista da imissão de posse do imóvel Sítio Sapé feita pelo Incra-PB, com 292 hectares.
As famílias sobrevivem da agricultura de subsistência com a produção de milho, feijão, macaxeira, batata-doce. “Todos os quilombolas estão em festa. Agora temos todo nosso território para produzir nosso próprio alimento sem um patrão. Estamos em alegria e festa. É uma independência”, celebra a presidente da associação comunitária, Edinalva Rita do Nascimento.

O título das terras de Caiana só foi possível graças a uma ação ajuizada pela Defensoria Pública da União (DPU), que ganhou na Justiça o devido direito de Caiana ter toda a posse da terra. O governo Federal foi obrigado a cumprir a determinação da Justiça.
O gerente de Equidade Racial da SEMDH, José Roberto Silva, diz que a conquista de Caiana é um marco que estimula outras comunidades quilombolas na luta pela conquista das terras.
“Caiana viverá novos tempos com o fortalecimento da sua produção de alimentos, preservação cultural e valorização da sua ancestralidade”.

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Fonte: https://www.instagram.com/p/CDPG_y3pUFs/?igshid=1ul4b4emc9b1m

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