terça-feira, 17 de maio de 2016

No dia da África, vem pra Áfricas

Quer saber quantas Áfricas existem? Vem pra a exposição Áfricas e encontraras respostas a muitas perguntas.



ÁFRICAS, no plural, para evidenciar a diversidade e a multiplicidade da África.

  • Um continente; 
  • 55 países; 
  • mais de 30 milhões de quilômetros quadrados (20,3 % da área total da terra firme do planeta);
  • mais de um bilhão e 60 milhões de habitantes (segundo continente mais populoso depois da Ásia); 
  • mais de 2 mil e cem grupos étnico linguísticos 
  • o continente mais rico do mundo: no seu subsolo jaz um terço das reservas minerais do planeta; 
  • o continente mais pobre do mundo: dos quarenta países com o PIB per capita mais baixo do mundo, trinta e um são africanos. 

A exposição é dividida em três secções temáticas. 

Secção histórico-social-política: BiogrÁfricas 12 banners dedicados a: 
  • linha do tempo do continente (10 metros de comprimento), 
  • migração da humanidade de África para os outros continentes, 
  • descobrimentos e explorações portugueses na África, 
  • escravização antiga e moderna da África, 
  • colonização europeia do continente, superfície - população e densidade habitacional, 
  • índice de desenvolvimento humano por país (IDH), 
  • situação política na África, 
  • guerras e conflitos em andamento, 
  • religiões na África, 
  • saque das matérias primas do continente, 
  • presença chinesa em concorrência com países e multinacionais ocidentais, 
  • afro-pessimismo e afro-otimismo. 


Secção fotográfica: FotogrÁfricas 
  • Trezentos e cinco (305) fotografias de catorze (14) países (África do Sul, Angola, Argélia, Benim, Cabo Verde, Etiópia, Gana, Marrocos, Moçambique, Namíbia, Senegal, São Tomé, Tanzânia, Zâmbia,); 
  • 38 fotógrafos (6 italianos, 3 portugueses, 1 cabo-verdiano, 1 moçambicano, 1 brasileiro e 26 angolanos do Grupo VêSó de Luanda). 


Secção literária: BibliogrÁfricas 
  • Exposição de cento e oitenta (180) livros de 53 autores africanos de 19 países. 
  • Cinco banners explicativos sobre: grupos étnicos linguísticos, línguas oficiais, taxa de alfabetização, escritores lusófonos, escritores francófonos e anglófonos. 

Um grande mapa, desenhado no chão, permitirá um passeio através os vários países da África. 


Porque a exposição Áfricas? 
No mês de maio de 2004 tive o meu primeiro encontro com um quilombo: uma visita rápida à comunidade quilombola de Pedra d’Água. Foi amor à primeira vista. Daí nasceu o meu interesse em conhecer o mais possível sobre o lugar das “raízes”, a África, cuja existência muitas vezes era ligada mais a fantasias míticas do que a conhecimentos reais. 
Até hoje viajei em seis países da África: Argélia, Marrocos, Etiópia, Zâmbia, Gana e Senegal, cada vez voltando ao Brasil com novos conhecimentos a partilhar através exposições, palestras e seminários. 
As primeiras exposições foram organizadas na Universidade Federal de João Pessoa (UFPB) e, a seguir, em várias localidades da Paraíba e da Itália, sempre visando evidenciar a estreita relação entre quilombos e África. Principais exposições sobre a África e os quilombos da Paraíba: 
  • “Retratos do povo negro da Etiópia e do povo das Comunidades afrodescendentes da Paraíba”, 2008, SESI – João Pessoa; 
  • “OLHANDO: de dentro para dentro, de dentro para fora”, 2010 – SESC Centro – João Pessoa.
  • “IDENTIDADE QUILOMBOLA: auto percepção e comunicação - O quilombo de Matão visto por si mesmo, 2010 - Centro Cultural São Francisco – João Pessoa 
  • “A costa do ouro: mina de escravos”, 2011 – Estação Cabo Branco Ciência Cultura & Artes
  • “Quilombos da Paraíba – a realidade de hoje e os desafios para o futuro”, 2012 - Estação Cabo Branco Ciência Cultura & Artes – João Pessoa PB 
  • “Quilombos da Paraíba – a realidade de hoje e os desafios para o futuro”, 2012 – MAC Museu Assis Chateaubriand – Campina Grande/PB 
  • “Il popolo quilombola: um Brasile sconosciuto”, 2013 – Trento, Itália 
  • “Feminino quilombola”, 2014 - Estação Cabo Branco Ciência Cultura & Artes – João Pessoa
  • “Il popolo quilombola: um Brasile sconosciuto”, 2014 – Milano, Itália 
  • “Troncos velhos – Galhos Novos, o legado intergeracional nos quilombos, 2015 - Estação Cabo Branco Ciência Cultura & Artes – João Pessoa PB. 
No entanto, a ação sinérgica com o movimento quilombola me levou a organizar, em colaboração com alguns antropólogos, a publicação do livro “QUILOMBOS DA PARAÍBA” (BANAL, Alberto; FORTES, Maria E. P. (Orgs.). 
Quilombos da Paraíba: A realidade de hoje e os desafios para o futuro. João Pessoa: Imprell Gráfica e Editora, 2013). 


Nesta altura me pareceu sempre mais necessário produzir algo que pudesse contribuir para um conhecimento mais abrangente e, no mesmo tempo, menos estereotipado e mítico do continente África no que diz respeito a sua história e aos vários aspectos da sua realidade atual. 
Meses de pesquisas consultando as mais variadas fontes oficiais e independentes me proporcionaram o material para a produção da parte “cultural”, no entanto que estava conseguindo construir uma ampla rede de fotógrafos a nível internacional: um patrimônio visual de olhares diferentes e complementares sobre catorze (14) países da África. 
Enfim graças a uma minuciosa procura em livrarias físicas e virtuais, no Brasil e no Portugal, consegui reunir cento e oitenta (180) livros de autores africanos escritos ou traduzidos em língua portuguesa. 

Áfricas de Alberto Banal com a curadoria de Lúcia França 
07 de maio a 14 de agosto de 2016 - Estação Cabo Branco Ciência Cultura e Artes, Torre Mirante -João Pessoa/PB 





Apoio: Associação de apoio as comunidades afrodescendentes – AACADE, Coordenação estadual comunidades negras e quilombolas – CECNEQ, ESCRILENDO, FOTÓGRAFOS DE RUA, UNITI PER LA VITA, JUST DANCE ITALIA. 

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