Quilombola |
São 350 fotos coloridas divididas em quatro seções cronológicas: infância, juventude, maternidade e maturidade. Ao lado, acompanham depoimentos e transcrições sobre as suas vidas, além de análises feitas por antropólogos que já acompanham as comunidades há anos.
Mais 12 espaços de projeção exibirão fotos dos alunos do projeto Fotógrafo de Rua, fundado por Alberto Banal, recrutados nos quilombos de Matão (Gurinhém), Grilo (Riachão do Bacamarte), Pedra D’Água (Ingá) e Matias (Serra Redonda). “São rostos, olhares, sentimentos, pessoas que falam pelas imagens. É um adentrar-se no terreno sagrado da memória quilombola, que tem na mulher seu fio condutor. Significa literalmente expor aos outros uma realidade guardada debaixo de sete chaves por muitos anos de exclusão e de esquecimento. Uma realidade da qual não se perdeu a memória, a riqueza de valores vivenciados; talvez o silêncio ajudou a preservar e a resguardar”, resume o fotógrafo.
A temática feminina desta mostra atual subjaz as memórias, lendas, histórias, costumes e a tradição dos povos. Mas também é uma viagem pelo outro lado: os problemas que afetam a sua sobrevivência, autonomia e reconhecimento como patrimônio cultural. “Das 39 comunidades existentes, apenas uma, a do Senhor do Bonfim, em Areia, tem o seu título de propriedade. Isso significa que, para 2,5 mil famílias, o sonho de ter uma terra para deixar para os seus descendentes ainda é um sonho”, comenta.
Programação dentro da programação comemorativa ao mês da Consciência Negra, a Estação Cabo Branco sedia, no próximo dia 17, a Festa da Mulher Quilombola, com apresentações de danças (das comunidades de Pedra D’Água e Matão), makulelê (de Paratibe, João Pessoa), ciranda (do Grilo e de Caiana dos Crioulos) e de grupos de capoeira (de Matias e do Grilo), todas no Anfiteatro.
No dia 23, tem lançamento do livro “Quilombos da Paraíba”, organizado pela antropóloga Maria Ester Pereira Fortes e Alberto Banal. Trata-se do primeiro estudo exaustivo sobre a realidade quilombola do estado realizado por entidades, estudiosos e com o apoio do Incra. Durante o evento de lançamento, haverá um seminário com a participação dos autores e representantes da Associação de Apoio às Comunidades Afrodescendentes (Aacade) e da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas da Paraíba (Cecneq). A participação de público também é gratuita.
Fonte Portal Correio
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