Quilombos da Paraíba

terça-feira, 8 de maio de 2012

Descobertas e novos horizontes - de Marco Antônio Tessarotto

É com este título que iniciamos o relato de experiência vivenciado pelos alunos do projeto “Fotógrafos de Rua” nas comunidades quilombolas do Matão, Pedra D’Água e Grilo. Toda descoberta tem um início, trabalho este desempenhado pelo idealizador do projeto, Alberto Banal, quando há exatos dois meses e meio antes, entrou em contato com a Estação Ciências, Cultura e Artes no bairro de Altiplano em João Pessoa. Após reportar aos responsáveis pela coordenação e curadoria da Estação a experiência do projeto, algo que antes pertencia ao plano ideológico, uma exposição fotográfica com jovens quilombolas ganhou contornos reais e possíveis. O trabalho com os fotógrafos havia sido iniciado desde 2010 no Matão e no segundo semestre de 2011 nas comunidades do Grilo e de Pedra D’Água. Os alunos do projeto, um total de 52 adolescentes e jovens desde o início demonstraram dedicação e competência em seus trabalhos de campo nas comunidades envolvidas.A própria localização destas comunidades, o isolamento e as dificuldades do cotidiano representam e significam estas novas descobertas e horizontes que estes jovens passaram no último dia 5 de maio de 2012, na abertura da exposição “Quilombos da Paraíba”. O que para muitos representam rotina, viajar, conhecer novos lugares, ir à praia, um evento, etc, naquele sábado representou para os alunos um momento único, neste caso, inesquecível, memorável, pois a maioria deles jamais havia viajado para além de sua própria localidade e, ao chegar em João Pessoa se deparando com aquele monumento idealizado pelo arquiteto Oscar Niemayer deve ter sido a experiência, o momento subliminar que poucos obtêm na vida. Como narrador daquele momento podemos apenas descrever superficialmente aquele dia, não podendo ainda representar em palavras que naquela mesma exposição cada fotógrafo tinha uma imagem tirada por ele próprio. Neste ponto, as palavras se silenciam, mas as imagens falam, como aquelas do corte da fita de inauguração da exposição, como o próprio lema da exposição diz: “O povo quilombola está vivo! E quer viver!”.

Caminho do conhecimento

Foto de grupo dos alunos do projeto Fotógrafos de rua

sábado, 5 de maio de 2012

ABERTA EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA “QUILOMBOS DA PARAÍBA” de Marco Antônio Tessarotto

No último sábado (05/05) foi aberta a exposição fotográfica “Quilombos da Paraíba” que exibe aos visitantes, a história, cultura e cotidiano das comunidades quilombolas na Paraíba

“O Povo Quilombola está vivo!” este é o lema que o público encontra ao visitar a exposição fotográfica “Quilombos da Paraíba”, na Estação Cabo Branco Ciência, Cultura & Artes no bairro de Altiplano em João Pessoa. A abertura oficial aconteceu no último sábado (05/05) e além dos convidados oficiais contou com a participação de 52 adolescentes e jovens quilombolas que residem em três comunidades, Matão (Gurinhém), Pedra D’Água (Ingá) e Grilo (Riachão do Bacamarte). A exposição é idealizada pelo fotógrafo italiano, Alberto Banal com a curadoria de Lúcia França.

Além da mostra fotográfica, os visitantes encontram um percurso didático com a história, costumes e os desafios que estas comunidades quilombolas enfrentam no cotidiano. A exposição também conta com um espaço multimídia que apresenta um vídeo documentário com a história da escravidão, formação dos quilombos e os problemas destas comunidades negras na atualidade. Paralelo à exposição fotográfica, Banal expôs fotografias registradas pelos 52 alunos do “Projeto Fotógrafos de Rua”, também idealizado por ele. A ideia central deste projeto é a busca pelo protagonismo social da juventude quilombola, objetivando um “olhar de dentro para dentro e de dentro para fora”, comentou Alberto Banal. Na exposição diversos textos explicam o processo de formação das comunidades e respectivas localizações geográficas no território paraibano. Naquele mesmo espaço, o visitante se depara com diversos materiais em barro feitos a mãos pelas louçeiras das comunidades quilombolas do Grilo (Riachão do Bacamarte) e do Talhado Urbano (Santa Luzia). Durante o período de exposição que vai até 3 de junho haverá oficinas como a fabricação de louças em barro com Dona Lourdes do Quilombo do Grilo e de contação de histórias com alguns membros velhos de comunidades quilombolas. A exposição está aberta ao público de terça à sexta, (9 - 21h, e sábado e domingo, 10 - 21h, na Estação Cabo Branco Ciência Cultura & Artes, em João Pessoa.