Fotógrafo lança exposição sobre os velhos e novos quilombolas da PB - Alberto Banal expõe 'Troncos Velhos e Galhos Novos' na Estação Cabo Branco, na capital.
Quilombolas da 'velha guarda' posam para o registro de Banal |
O retrato do povo quilombola paraibano é colocado pela relação intergeracional entre o preto e branco do “antigamente” e o colorido do “futuramente”, de acordo com o autor do projeto. “A nova geração vive num contexto histórico e social muito diferente”, explica Alberto Banal. “Como está acontecendo esse legado de identidade e memória? Os quilombolas estão conseguindo repassar?”. De acordo com o italiano, existe uma geração que está vivendo e sofrendo o advento da modernidade em todos os seus aspectos sociológico, tecnológico e antropológico, enquanto a transmissão da cultura tradicional está se perdendo gradativamente.
“Se nada for feito, eles estão condenados a dissolução nos próximos anos”, alerta Banal, informando que um dos fatores vitais para as comunidades é o reconhecimento do seu território, um processo lento através dos órgão públicos competentes. “O Estado da Paraíba possui hoje 39 comunidades quilombolas catalogadas e conhecidas. Destas, 37 ainda não possuem certificado de reconhecimento emitido pela Fundação Cultural de Palmares (BA)”, afirma.
'ESCRILENDO'
As crianças que foram clicadas para colorir Troncos Velhos e Galhos Novos fazem parte do projeto 'Escrilendo', uma atividade da Associação de Apoio às Comunidades Afrodescendentes da Paraíba (Aacade), em parceria com Casas de Leitura, Casa dos Sonhos e os amigos italianos da Associação Uniti Per La Vita e do grupo Just Dance. O projeto incentiva tanto a leitura quanto a escrita, propondo um resgate e um reforço à identidade cultural das comunidades quilombolas paraibanas de Matão, Matias e Pedra d’Água.
Junto com Maria Ester Pereira Fortes, Alberto Banal organizou o livro Quilombos da Paraíba - A Realidade de Hoje e os Desafios para o Futuro (Imprell, 310 páginas, R$ 25,00), o primeiro estudo sobre a realidade quilombola do Estado, englobando a visão de sete antropólogos. “A Consciência Negra tinha que ser comemorada todos os dias do ano, não apenas neste mês”, comenta o fotógrafo italiano.
Fonte: Jornal da Paraíba
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