Em cada casa “quatro paredes” gerando em cada mulher uma busca. “E se a gente se juntasse para fazer nascer uma CASA para as mulheres quilombolas?”
Para esta pergunta uma resposta firme: “Queremos muito! Viemos de tão longe até aqui. Já se foram nossas tataravós. Deixando em nós uma herança dos chicotes de couro cru que já se foram e uma força em nosso corpo, em nossa pele, em nossos cabelos. Já retomamos com muita luta nossa terra. Agora precisamos nos juntar.”
“Então vamos. Esse sonho é velho. É nosso sonho”.
Então... caminhei ao sol de rachar o “quengo” subindo e descendo as ladeiras e vi a casa. Parece boa e está fechada. Todas aprovaram. Buscamos apoio, conversamos com AACADE, uma organização que apoia quilombolas. Alugamos, ajeitamos, pintamos, varremos e fomos conversando... sonhando... planejando e realizando. Começamos reconhecendo as vontades de cada uma. Ser artesã... trabalhar com as curas naturais... fazer comidinhas mais saudáveis... ficar juntas.
A CASA ficou bonita, cheia de panos, agulhas, tesouras, panelas, argilas, tintas, comidas, crianças, adolescentes, sorrisos, gargalhadas, curiosidades, estudos, sonhos crescendo...
“Vamos aprender mais. Vamos ensinar muito. Vamos nos juntar. Vamos nos curar umas às outras e convidar nosso companheiros a conhecer a proposta da CASA.”
"Vamos plantar sem agrotóxicos. Vamos reflorestar nossa terra. “Trazer amor e espaço bonito para nossas crianças”.
“Convidar mais mulheres. A casa é nossa”.
“Então vamos celebrar. Vamos abrir para a comunidade toda conhecer”.
“Vamos fazer um bazar com as roupas que nos doaram e com nosso artesanato inicial. Já produzimos mais de 50 peças diferentes”.
Aconteceu! Foi uma bela festa! A CASA ao som de gargalhadas, falas e ideias!
Maria Brasil
Foi assim mesmo que aconteceu eu fiquei sabendo ! Muito bacana a ideia que nasceu.
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