segunda-feira, 14 de abril de 2014

Na espera da "terra prometida"

É interessante como uma fotografia pode falar claro, às vezes muito mais que as palavras.
A seguir vamos publicar algumas fotografias que mostram claramente o que significa ser um pequeno quilombo cercado por latifúndios.
O quilombo de Matão, município de Gurinhém/PB, 32 é formado por 32 famílias, 28 das quais são descendentes do fundador da comunidade Manoel Rufino. Antigamente o seu território era muito mais amplo, mas ao longo das décadas passou nas mãos de três fazendeiros e hoje a comunidade ocupa uma pequena área de 24.509 ha. Até poucos anos atrás os fazendeiros costumavam arrendar terra que os quilombolas lavravam pagando o aluguel nas mais variadas formas.
Em 2004 a comunidade obteve o certificado de auto reconhecimento pela Fundação Cultural Palmares (17 de novembro) e logo em seguida o INCRA abriu o processo para a elaboração do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID).
Como forma de retaliação os fazendeiros se negaram a continuar o aluguel de terras para o cultivo. Para sustentar as suas famílias muitas pessoas tiveram que emigrar a procura de um trabalho fora da comunidade, sobretudo para João Pessoa e Rio de Janeiro.
O Relatório do INCRA foi publicado no Diário Oficial da União no dia 11 de novembro de 2009. Tiveram que passar quatro anos para que a Presidenta Dilma Roussef assinasse a Declaração de Interesse Social para a desapropriação do território de Matão (6 de dezembro de 2013). A área a ser titulada é de 214.00 ha.
Ver: http://www.youtube.com/watch?v=lUryNYw86Po&feature=youtu.be e
http://www.youtube.com/watch?v=HgNBy1sYcZc
Agora falta somente a última fase - desapropriação e titulação - e, finalmente, depois de muita demora e muitas lutas, finalmente aos moradores do Matão será garantido um território adequado para a sua reprodução física, social, econômica e cultural.
As fotografias mostram a situação atual (12 de abril de 2014). A boa notícia é que uma parte significativa da terra hoje ocupada por um fazendeiro para o cultivo de capim, um dia voltará a ser propriedade da comunidade quilombola de Matão.
Se Deus quiser... (e a vontade dos homens, também!).

                                                                      o lado oeste

               o lado est                                                                       a boa terra do fazendeiro

              a terra pedregosa dos quilombolas                                           criação de gado

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