
“São rostos, olhares, sentimentos, pessoas que falam pelas imagens. É um adentrar-se no terreno sagrado da memória quilombola, que tem na mulher seu fio condutor. Significa literalmente expor aos outros uma realidade guardada debaixo de sete chaves por muitos anos de exclusão e de esquecimento. Uma realidade da qual não se perdeu a memória, a riqueza de valores vivenciados; talvez o silêncio ajudou a preservar e a resguardar”, resume o fotógrafo.
A temática feminina desta mostra atual subjaz as memórias, lendas, histórias, costumes e a tradição dos povos. Mas também é uma viagem pelo outro lado: os problemas que afetam a sua sobrevivência, autonomia e reconhecimento como patrimônio cultural. “Das 39 comunidades existentes, apenas uma, a do Senhor do Bonfim, em Areia, tem o seu título de propriedade. Isso significa que, para 2,5 mil famílias, o sonho de ter uma terra para deixar para os seus descendentes ainda é um sonho”, comenta.
Programação
Dentro da programação comemorativa ao mês da Consciência Negra, a Estação Cabo Branco sedia, no próximo dia 17, a Festa da Mulher Quilombola, com apresentações de danças (das comunidades de Pedra D’Água e Matão), makulelê (de Paratibe, João Pessoa), ciranda (do Grilo e de Caiana dos Crioulos) e de grupos de capoeira (de Matias e do Grilo), todas no Anfiteatro.
No dia 23, tem lançamento do livro “Quilombos da Paraíba”, organizado pela antropóloga Maria Ester Pereira Fortes e Alberto Banal. Trata-se do primeiro estudo exaustivo sobre a realidade quilombola do estado realizado por entidades, estudiosos e com o apoio do Incra. Durante o evento de lançamento, haverá um seminário com a participação dos autores e representantes da Associação de Apoio às Comunidades Afrodescendentes (Aacade) e da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas da Paraíba (Cecneq). A participação de público também é gratuita.
Alberto Banal - Radicado há seis anos no Brasil, Banal nasceu em Trentino, na Itália. É formado em Letras e Filosofia pela Università Degli Studi de Milão e foi professor de Educação Musical. Trabalhou por 30 anos como diretor de marketing e comercial na Editora Multinacional de Revistas Especializadas na Itália. Foi fundador da Universidade da Terceira Idade (Uniter) e é autor dos livros “28 Giorni” (memórias) e “Nel Paese di Fruttilandia” (fábula). Como cantor e compositor, gravou dois discos com músicas espirituais. Também produziu espetáculos teatrais e musicais e possui um precioso arquivo de memórias fotográficas. Em João Pessoa, atua como documentarista, dando visibilidade à população negra das comunidades quilombolas da Paraíba. Integra a Associação de Apoio aos Assentamentos e Comunidades Afrodescendentes (Aacade), onde coordena o projeto Casas de Leitura. É autor do projeto Fotógrafos de Rua, em que ministra aulas de fotografia para adolescentes de comunidades carentes, e da Casa dos Sonhos, que trabalha com crianças e adolescentes da comunidade Santo Amaro, em Santa Rita.
Serviço: Exposição “Feminino Quilombola”, de Alberto Banal Abertura: sábado (9), às 19h Local: segundo pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco
Em cartaz: até 2 de fevereiro Informações: 3214-8270/8303 Contato: Alberto Banal, fotógrafo (8809-6404)
Fonte: http://fatospb.com.br/?r=site/noticia&id=9440
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